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Combonianos no XII EPA -Guayaquil-

Guayaquil (Ecuador)
Realizou-se o XII Encontro da Pastoral Afro-americana (EPA), em Guayaquil, Equador, de 16 a 20 de julho, sobre o tema “A Pastoral Afro-americana e caribenha e o Documento de Aparecida. Desafios e esperanças da Igreja e da Sociedade”.
O EPA, tem como objetivo compartilhar e trocar experiências pastorais dos agentes da Pastoral Afro-americana da igreja católica, refletir sobre a realidade em contínua mudança do povo negro, tanto na Igreja como na sociedade e impulsionar as grandes linhas da pastoral afro-americana .
O encontro envolveu 250 pessoas, incluindo bispos, sacerdotes,religiosos e religiosas, agentes da “pastoral afro” e leigos engajados neste campo. Os países participantes foram: Colômbia, Brasil, Venezuela, Costa Rica, Honduras, Haiti, Nicarágua, Guatemala, Panamá, Belize, Peru, México, dentre outros. A primeira reunião da “Pastoral Afro” foi realizada em Buenaventura, na Colômbia, em 1980, onde foi abordada a questão da “religiosidade popular e cultura negra”. Naquela época participaram Colômbia, Equador e os países da costa do Pacífico. Desde então, os encontros foram realizados a cada 3 anos, e gradualmente se adicionaram outros países com populações de origem africana e onde as Igrejas locais criaram a “Pastoral Afro”. Antes do encontro geral em Guayaquil, cada país participante trabalhou sobre o “Documento Base” enviado antecipadamente para o grupo coordenador do encontro aos vários responsáveis pela Pastoral Afro. Este método ajuda a estudar melhor as diferentes propostas de cada país para a implementação de uma Pastoral Afro no âmbito continental.
Foi nesse intuito e espirito que os participantes discutiram, avaliaram e partilharam as experiências da fé católica através do olhar negro latino americano. A presença de oito bispos,de leigos e leigas, de várias congregações religiosas engajadas com a Pastoral Afro, a celebração final com o núncio apostólico e a carta vinda do Vaticano, confirmaram a positividade e a justa direção que a pastoral Afro tomou nestes 30 anos.
Profundos e significativos foram os aportes dos palestrantes e as celebrações inculturadas que revelaram como os vários países lutam contra a discriminação para uma verdadeira inclusão dos afro-americanos e caribenhos na sociedade  e na maneira de ser Igreja neste continente.
No encontro foram apresentados  3 subtemas para serem discutido, dentro da metodología adotada a partir do 7 Plano Pastoral, ver, julgar e agir:
1 – A Pastoral no projeto de novo pentecoste eclesial e social.
2 – Os novos rostos da pobreza na globalização
3 – A Pastoral como promotora do processo de uma evangelização inculturada, dicipulado e catequética.
Percebeu-se que o caminho de afirmação e de acolhida plena dos afros ainda é longo, mas que a persistência e a fé em Cristo, com a intercessão de Maria, ajudarão a superar o olhar de indiferença, exclusão, superioridade, fatalismo que nos impedem de ser Negros/as nas Americas. Vimos que os rostos da probreza continuam os mesmos, mas que mudaram as estratégias de exclusão, hoje mais sutis e perversas. Sentiu-se que o grito dos negros/as inclui suas lutas para uma moradia digna, para educação de qualidade, para a posse da terra, para sua participação ativa na sociedade política, para a defesa de seus valores ancestrais, para sua promoção humana!
O encontro terminou transmitindo a todos os participantes mais motivações para continuar a levar pra frente a bandeira da Pastoral Afro, mesmo com o cansaço de 5 dias de encontros, reuniões e várias atividades.  Assim, os participantes se despediram com a seguinte declaração:

Os 250 participantes do EPA, realizada no Equador, Guayaquil,  mulheres, homens, sacerdotes, religiosos / as, seminaristas, diáconos, bispos e delegados da Juventude de 12 países ao longo da América Latina e Caribe, chamado  pelo SEPAC e pela Pastoral Afro equatoriana, depois de refletir sobre a realidade dos povos africanos no continente, iluminados pela Palavra de Deus, acompanhado pela presença da Virgem Maria a partir de Aparecida e alimentada pela Eucaristia, declaramos o seguinte:
Vamos continuar defendendo os valores autênticos culturais e espirituais dos povos africanos e caribenhos, especialmente dos oprimidos, indefesos e marginalizados diante das forças avassaladoras das estruturas de pecado manifestadas na sociedade moderna (DA 532)
Continuaremos apoiando o diálogo entre a cultura negra e a fé cristã e suas lutas pela justiça social e incentivar a participação ativa dos Afro-americanos e  Caribenhos nas ações pastorais de nossas Igrejas e do CELAM (Da 533).
Denunciamos as ameaças em suas formas físicas, culturais e espirituais, nas forma de vida, nas identidades e na diversidade em seu território e em seus projetos de vida, que o nosso povo afro sofre em todo o continente, como o resultado da globalização econômica e cultural que ameaça nossa própria existência como um povo distinto (DA 90). Nos comprometemos a trabalhar na globalização da solidariedade, pedindo aos governos nacionais, à organização dos Estados Americanos e das Nações Unidas para que apoiem os nossos esforços.
Assumimos a Missão Permanente proposto pelo CELAM com fé, esperança e alegria, que nos permite viver a igreja pentecostal nova, social e cultural, com a força da participação dos jovens nos processos de desenvolvimento, com a resistência das mulheres, a ternura das crianças, o calor do povo e a riqueza de nossos idosos.
Este encontro continental é cheio de  muitos desafios e de  grandes esperanças, motivado pelas palavras do profeta Afro Sofonias, que acredita que quando as pessoas são organizadas e guiado por Deus, então sim podemos comemorar a festa da vida ” nosso Deus é com você, para você dançar e lançar gritos de alegria como você faz no dia da festa (Sofonias 3,15-17).
Guayaquil, Equador, 20 de julho de 2012

CENPAH

2 pensamentos sobre “Combonianos no XII EPA -Guayaquil-

  1. Que bom que escreveu um artigo sobre o XII Epa. Que pena, que com tantas religiosas que participaram, elas nem foram mencionadas na “lista dos participantes”.

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